sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Capítulo 6 - Betrayed by lust

Tinha acabado de chegar no estúdio e já começaram a gritar.
– VOCÊ VIU O DAVE POR AÍ? – Gritou Dijon. Me assustei e me afastei um pouco.
– Não precisa gritar. Eu não vi não. Por quê?
– Ele sumiu ontem à noite. Foi pro camarim e não voltou mais. – Disse Greg.
– Chegou a ver ele depois do show? – Perguntou Dijon. Eu e Ellefson nos entreolhamos.
– Não. – Respondi.
– Eu vou ligar pra ele de novo. – Disse Steve. Ele saiu. Greg estava andando de um lado para o outro.
– Ah meu deus, será que o Mustaine morreu? – Ele disse.
– Cala a boca. Que merda você está falando? Deixa de ser babaca. – Disse Ellefson. – Ele só deve estar drogado por aí.
Steve voltou e sentou no sofá que estava ao meu lado.
– Ninguém atende, não adianta nada. Ele nem deve estar em casa.
– Ele vai aparecer. – Foi só eu falar que Dave entrou pela porta, sem falar com ninguém. Steve levantou do sofá e foi em direção ao Dave.
– Onde você estava? – Perguntou.
– Não é da sua conta.
– Cara eu pensei que você tivesse morrido. – Disse Greg. Dave riu e o abraçou.
– To aqui, cara. – Ele bateu nas costas em suas costas.
– Que bom, cara, que bom. – Disse Greg.
– Você está drogado? – Ellefson perguntou ao Dave.
– Não estou drogado. – Dave respondeu e começou a rir estérica e sarcasticamente.
– Claro que está, olha pra você. – Dave veio em minha direção e me empurrou para que eu saísse do caminho e se sentou no sofá.
– Você podia ter ao menos pedido licença. – Reclamei.
– Você deveria me agradecer por eu não contar pra ninguém. – Ele disse. Ellefson olhou para Dave e depois para mim. Todos os outros estavam olhando Dave com um ponto de interrogação na testa.
– Do que você está falando? – Perguntou Steve.
– Vocês não sabem ainda? – Disse Dave. – A Delilah, ela... – Ele foi interrompido.
– CALA A BOCA, SEU MERDA. – Ellefson gritou e todos o encararam. Dave levantou.
– QUEM VOCÊ PENSA QUE É PRA FALAR DESSE JEITO COMIGO? – Dijon se aproximou deles e entrou na frente do Dave.
– Fica calmo, cara.
– ELE ESTÁ DROGADO! VAI PARA CASA DORMIR. – Gritou Ellefson novamente.
– O QUE É? SÓ PORQUE COMEU A DELILAH ESTÁ SE ACHANDO AGORA? – Filho da puta, porque ele tinha que abrir a porra da boca? Todos estavam encarando a mim e ao Ellefson.
– Vem comigo, Delilah. – Disse Steve. Ellefson segurou o braço do Steve.
– Dave está drogado, você vai mesmo acreditar no que ele diz?
– Mas continua sendo verdade. – Disse Dave.
– VAI SE FODER! – Gritou Ellefson.
– Vamos Delilah. – Disse Steve, ignorando os meninos e se soltando de Ellefson. Antes de sair olhei para Dave e ele estava rindo. Saímos da sala.
– O que o Mustaine disse é verdade? – Ele perguntou. Eu não consegui responder, não queria acabar sendo demitida. – RESPONDE DELILAH. – Ele gritou.
– Não que seja mentira. É mais verdade do que eu queria que fosse.
– Eu te avisei, mas você fez mesmo assim.
– Mas... Steve, eu estava bêbada. Juro que não vai acontecer outra vez.
– Não vai ter outra vez porque você está demitida. – Eu tinha perdido o melhor emprego que tive por culpa de um drogado e egocêntrico. Não conseguia acreditar que ele tinha feito isso. Estragou tudo. Abaixei a cabeça e concordei.
– Vou pegar minhas coisas. – Eu disse e voltei para junto dos meninos. Peguei minha mochila e comecei a tirar os papéis do Steve de dentro e os botar no sofá. Botei a mochila nas costas e me despedi do Greg e do Ellefson. Dijon me olhava com raiva, por isso decidi não falar com ele.
– Você não vai falar comigo? – Perguntou Dave.
– SEU VEADO. FILHO DA PUTA. DESGRAÇADO. INFELIZ. CANALHA. BABACA. VOCÊ É UMA BIXA. SEU IMBECIL. TOMARA QUE VOCÊ QUEIME NO QUINTO DOS INFERNOS. SEU BOSTA. – Saí de lá e Ellefson me chamou. Ignorei, eu não queria ter que olhar pra nenhum deles agora.
Fui direto pra casa, joguei a mochila em cima do sofá e me joguei na cama. Estava chateada e arrependida. Com vontade de gritar. O telefone estava tocando e eu não queria falar com ninguém. Puxei o fio da tomada e gritei sobre o travesseiro. Acabei dormindo. Acordei assutada com batidas à porta.
– NÃO TEM NINGUÉM EM CASA, VAI EMBORA. – Gritei. E é claro que quem quer que fosse, não desistiu. Bateu de novo, e mais forte dessa vez. – MAS QUE PORRA, NÃO QUERO VER NINGUÉM. – tornaram a bater na porta. – JÁ VOU CARALHO. – Me dei por vencida e abri a porta, era Dave.
– Pensei que não tivesse ninguém em casa. – Ele provocou. Empurrei a porta, mas fui empedida de fechá-la pelo pé de Dave. – Eu quero conversar com você.
– Não temos nada pra conversar. Agora some. – Tentei fechar a porta novamente, mas ele a segurou. Empurrou a porta e eu fui junto, ele entrou em meu apartamento e me encarou. – O que você quer?
– Eu posso sentar?
– Não.
– Tudo bem então. – Ele se sentou mesmo assim.
– Sai da minha casa. – Ele me puxou pelo braço para me sentar junto à ele.
– Eu sei que você ta com raiva de mim.
– Raiva? É mais do que isso.
– Tá, tanto faz. Eu vim te pedir desculpa.
– E?
– Me desculpa?
– O que?
– Me desculpa.
– Não to entendendo, o que você disse?
– ME DESCULPA. – Ele gritou. – Eu não devia ter falado aquilo.
– Porque?
– Porque a vida é sua e eu não devia ter me metido. E você dá pra quem quiser. – Revirei os olhos.
– Exatamente. Agora você pode ir embora.
– Você não respondeu se me desculpa ou não.
– Eu não posso falar com você agora.
– Porque? Tem horário marcado?
– Tenho que ir dormir cedo pra acordar cedo e procurar um emprego, já que você fez o favor de me livrar do último.
– Eu já pedi desculpas.
– É, eu ouvi.
– Agora você tem que me desculpar.
– Quem disse que eu tenho obrigação de fazer isso?
– Eu não vim aqui à toa.
– Então faça alguma coisa. – Ele ficou me olhando e veio se aproximando de mim lentamente, me pegou pela cintura e me beijou. No começo, não correspondi e tentei me soltar, mas acabei cedendo quando inalei o perfume dele. Segurei-o pela nuca e ele passou a língua sobre a minha, nos beijávamos lentamente e eu apertava sua nuca. Ele me apertou contra o corpo dele com força e chupou meu lábio inferior e eu suspirei. Dave sorriu e se afastou de mim, ele estava andando em direção à porta e o chamei, mas ele não me deu bola, continuou andando. Chamei novamente e ele ignorou. Suspirei, e quando ele chegou à porta, o chamei novamente. Ele parou sem virar para me olhar. – Eu te desculpo.

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